Investigadores, escrivães e peritos técnicos de Salvador e Região Metropolitana realizaram audiência pública sobre "A importância do Salário de Nível Superior para a Investigação Criminal da Bahia", na manhã desta terça-feira (27), na Comissão da Segurança Pública, da Assembleia Legislativa (ALBA). Os servidores reivindicam a implementação da Lei Orgânica 11.370/2009, do Governo do Estado, que instituiu as carreiras como de nível superior. Entretanto, os servidores continuam com o piso salarial correspondente ao nível médio. Inclusive, os concursos públicos para ingresso na Polícia Civil, a partir de 2013, passaram a exigir o diploma de nível superior.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc), Eustácio Lopes, salientou que existe um "fosso salarial histórico" entre as carreiras de investigadores, escrivães e peritos técnicos, e os delegados que são considerados como a "cúpula" da Polícia Civil. O dirigente sindical ressaltou a importância dos policiais civis que são a "base" da investigação criminal terem o trabalho reconhecido e valorizado.
Eustácio Lopes pontuou que a investigação criminal é crucial para combater o crime organizado e reduzir os índices alarmantes de violência do Estado. "Infelizmente, somos líderes de homicídios no Brasil. É preciso dar melhores condições de trabalho, aumentar o efetivo, pois, 85% dos policiais já encontram-se com os pré-requisitos para aposentadoria. Pedimos reconhecimento e valorização dos nossos policiais que lutam todos os dias em defesa da sociedade e redução da criminalidade na Bahia", frisou Eustácio Lopes, ao pontuar que o governador Jerônimo Rodrigues já demonstrou sensibilidade com os pleitos dos policiais civis " abrindo o diálogo com a categoria, reconhecendo a importância e a valorização dessa categoria", finalizou o sindicalista.
Emocionada, a vice-presidente do Sindpoc, Ana Carla Souza, destacou que a atividade policial provoca um quadro de adoecimento mental dos servidores, inclusive, com recorrência de casos de suicídio. "Nós estamos pedindo apenas que a Lei Orgânica seja implementada.Temos policiais que estão com o contra-cheque de apenas R$1.200,00 passando por necessidades básicas. Precisamos que o nosso trabalho seja valorizado", disse a sindicalista, ao enfatizar que "os casos de assédio sexual e moral são corriqueiros na Polícia Civil e o Sindpoc está atento para tomar as medidas cabíveis", assegurou Ana Carla.