A delegada Marley Reis de Oliveira, 54 anos, era lotada na Central de Flagrantes (Iguatemi), quando passou a ser vítima de assédio moral e tortura pela coordenadora da unidade, Emília Branco. A delegada protocou a denúncia no Ministério Público do Trabalho (MPT). O Governo do Estado e a Coordenadora da Central de Flagrantes serão processados por assédio.
O início dos assédios foi logo após a entrada de Emília, quando ela assumiu a coordenadoria da Central de Flagrantes, em maio do ano passado.
Por sempre ter tido uma boa relação na unidade, Marley e as colegas de trabalho criaram um grupo no WhatsApp para promover uma integração entre as servidoras de Salvador e trocar informações relacionadas ao cotidiano laboral da unidade. A coordenadora se sentiu incomodada com o grupo de watssahp e começou a perseguir a delegada por causa das noticiaagens que eram feitas no aplicativo.
A delegada acusa a coordenadora da Central de Flagrantes de tentar induzi-la a praticar tortura com outros presos para colher depoimento dos acusados e fazê-los confessar o crime. “Eu dizia em alguns casos que não tinha como dar flagrante e ela dizia que eu tinha como dar meu jeitinho”, denuncia Marley Reis.
Perseguida pelo trabalho realizado, a coordenadora era vista fiscalizando os procedimentos feitos por Marley. “Cansei de chegar na Central e ver ela analisando os meus procedimentos”, desabafa a delegada.
Marley Reis ainda destaca a coordenadora a solicitava a emissão de laudo de sanidade mental dos presos, função que não é atribuição do cargo de delegada de polícia. “Até laudo de preso ela me pedia, eu dizia que era delegada de polícia e que não poderia dar laudo de sanidade mental”, enfatiza.
A Coordenadoria ao tomar conhecimento sobre a denúncia que foi protocolada, em junho deste ano no (MPT), removeu de forma arbitrária Marley Reis do cargo de delegada da Central de Flagrantes. Atualmente, a delegada está de licença do cargo após ter apresentado sintomas de Síndrome do Pânico, como falta de ar, mudança de humor, dores no peito e está realizando consultas regularmente com psicólogo e psiquiatra, além de fazer uso de medicamentos depressivos.
Ascom Sindpoc