Nossa homenageada do quadro Banco de Talentos, desta quarta-feira(24), é a perita técnica Clarissa Gomes, 38 anos, lotada na Coordenação Regional de Polícia Técnica (CRPT) de Alagoinhas. A servidora tem 12 anos de Polícia Civil, é Bacharel em Direito, pós-graduada em Direito Constitucional, pesquisadora da área de "Direito Público", professora universitária e nas horas vagas escreve artigos científicos para publicação em revistas acadêmicas. Nossa perita atuou durante cerca de dois anos na diretoria jurídica da Associação dos Peritos Técnicos ( SINDPEP) onde pôde ajudar a categoria com os conhecimentos que possui da área jurídica.
Devido à atuação política em defesa dos peritos técnicos baianos, quando estava grávida à espera da segunda filha sofreu dois Processos Administrativos ( PAD). No primeiro PAD, o DPT alegou que a perita não havia cumprido a ordem da gestão de não utilizar o termo laudo. "Apesar de não concordar com a ordem estabelecida, passei a não usar a nomenclatura laudo. Mesmo assim, tive que responder ao PAD", pontua.
O segundo PAD ocorreu após uma Representação movida pela servidora no Ministério Público a qual solicitava que os trabalhos desenvolvidos pelos peritos técnicos fossem liberados para utilização nos inquéritos. " No rol da Representação eu narrava todas as investidas da gestão do DPT que vão contra a realização dos trabalhos por peritos técnicos e o Corregedor alegou que fui desrespeitosa ", ressalta.
Por causa dos desgastes psicológicos que foi submetida ao responder a dois Processos Administrativos durante a gestação, a perita técnica sofreu um parto prematuro e a segunda filha nasceu com apenas 6 meses de gestação. Fato este que originou uma paralisia cerebral na criança. Atualmente, uma parte do tempo da servidora é destinada às demandas do tratamento médico da filha.
Apesar de destacar que os dois PADS tiveram motivação política, o nosso talento da semana salienta que é desafiador levantar as bandeiras dos peritos técnicos. " A gente faz porque acredita em algo maior. O movimento natural seria se acomodar e nos preocuparmos apenas com nossa vida individual, com nossa carreira profissional e com a nossa família. Mas existe uma inquietação no sentido de tentar ajudar minha categoria. A luta é moral e honesta e existem perspectivas reais de mudança", frisa a perita.
Nossa servidora que faz a diferença é casada, mãe de duas meninas, é uma verdadeira amante da leitura, sempre tem um livro na cabeceira da cama, adora ler poesias, ir à praia e ouvir música.
ASCOM SINDPOC