DECEMBER 9, 2022
GERAL

Ex-investigador da Polícia Civil denuncia assédio após campanha do "Movimento Juntos Somos + Fortes"

post-img

Assis Castro afirma que sofreu diversas situações de assédio e "abusos" quando era investigador da Polícia Civil

Após o lançamento da campanha do "Movimento Juntos Somos + Fortes" idealizado pelo Sindpoc, Unipol, Assipoc, Sindpep e AEPEB-Sindicato, o Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia recebeu denúncia de Assis Castro, ex-investigador da Polícia Civil, que era lotado na Delegacia Territorial de Utinga, vinculada à 12° Coordenadoria de Itaberaba, município baiano localizado na região próxima à Chapada Diamantina.

Assis Castro foi demitido após ter laudas adulteradas, assinatura falsificada e documentos pessoais recolhidos. O ex-investigador conta que a história de abusos começou em Terra Nova, município da Bahia, onde cumpriu uma recomendação do Ministério Público (MP).

"Tudo começou em Terra Nova onde ao cumprir uma recomendação do Ministério Público, eu fui preso, humilhado, tive minha pasta pessoal jogada ao chão, tratado como criminoso só porque eu acatei uma recomendação do Ministério Público ao prender uma pessoa dentro da delegacia", relata o ex-investigador.

Após esse ato, Assis foi impedido de participar de diversas atividades, além de ter sido perseguido e ter seu nome retirado de cursos de formação e palestras. “Várias remoções indistintas aconteceram. Fui proibido de participar de escala extra, cursos de formação da Academia. Mas para não ficar parado, eu comecei a ministrar aulas em um curso da Guarda Municipal e participava de congressos como mediador nas faculdades”, diz Castro.

Mesmo desenvolvendo atividades complementares, Assis foi realocado para outro interior da Bahia, desta vez, para Baixa Grande, onde já havia trabalhado anteriormente. Mas a situação não melhorou, o ex- investigador foi submetido a diversos assédios, dentre eles, foi obrigado a se despir diante de policiais que filmavam a cena, tudo isso porque havia "sumido" pouco mais de R$300 e colocaram a culpa nele, mas o processo administrativo comprovou que Assis era inocente e não tinha envolvimento com o desaparecimento da quantia.

Apesar dos abusos de poder, Castro não se deixou levar e, por meio da proatividade, foi indicado ao prêmio Innovare, promovido pela Fundação Roberto Marinho e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) através do projeto social "Apoio ao Conselho Tutelar e Ministério Público" que foi selecionado na categoria “Justiça e Cidadania” mas, segundo ele, não trouxe o prêmio à Bahia por causa dos boicotes que recebeu de policiais e delegados.

“Eu soube que alguns delegados ligaram para a CNJ e me “detonaram”. A gente acaba perdendo o respeito por causa desse tipo de pessoa”, ressalta o ex-investigador, ao destacar ainda que “a cada dia que passa, a instituição vai perdendo o controle profissional. Temos uma instituição onde delegados novos já viraram diretores e coordenadores. E os antigos, por mérito e competência, não tem nenhuma oportunidade”, critica o ex-investigador.

O servidor foi transferido para o quartel da Polícia Militar e teve que trabalhar como atendente de call center, atualmente, presta serviço de consultoria em Segurança Pública e está escrevendo o livro "O Complexo da Toga Curta na Atividade Policial no Brasil".

"Eu tenho uma história de respeito entre os policiais civis, especialmente, entre os investigadores e escrivães, nunca fui preso, nunca tive envolvimento com drogas e nem corrupção, minha ficha é limpa", pontua Assis Castro.

ASCOM SINDPOC

Cart