DECEMBER 9, 2022
GERAL

Diretora do Sindpoc recita cordéis de sua autoria em audiência pública no Senado Federal

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Os cordéis da investigadora serão  inseridos nas notas taquigráficas do Senado Federal

A investigadora e diretora adjunta da Secretaria da Mulher, Identidade, Gênero e Raças do Sindpoc, Débora Araújo, foi convidada pelo "Movimento de Mulheres Policiais" para participar da coordenação e organização do 2° Congresso Internacional de Mulheres Policiais, que está sendo realizado até esta sexta-feira(22), em Brasília.

Na ocasião, a feminista foi convidada também para recitar dois cordéis de sua autoria que abordam a violência de gênero. Um dos cordéis foi apresentado na abertura do 2° Congresso  e, o segundo, durante  audiência pública que debateu sobre a saúde mental das mulheres policiais, promovida pelo Senado Federal, na última quarta-feira (20), proposta pela senadora Leila Barros (PDT-DF).

"Saímos da audiência muito felizes, pois nossas vozes estão sendo ouvidas e estamos conseguindo alcançar lugares de fala onde a gente antes não tinha oportunidade. O 2° Congresso está acontecendo, inclusive, temos aqui colegas da Guatemala, colegas do Equador, das forças policiais desses dois países estão aqui conosco. Diretoras sindicais, servidoras públicas como nós, também policiais, mulheres da segurança pública de praticamente todos os estados do Brasil", celebra a diretora Débora Araújo.

Cordel: MMUP no combate à violência contra as mulheres policiais, contra o Assédio e Suicídio 

Nesta tarde tão seleta
Onde as vozes não querem calar
Viemos a público dizer
Que iremos aqui falar
E a violência contra mulheres
Vamos então denunciar
 
Muitas vozes silenciadas
Não se devem esquecer
Valdérias e Rafaelas
Mulheres como eu e você
São Policiais femininas
Que o sofrimento ninguém vê
 
Eis então o questionamento
Se faz hoje na nação
Expor a angústia na mídia
Pode receber até punição
Obrigam-nos a nos calar
A troco de promoção
 
São assédios costumeiros
Do sexual até o moral
Ou mesmo abuso de poder
É o que se sofre na real
Das muitas mulheres da segurança
Que sofrem por ser policial

Os abusos são absurdos
Os algozes superiores
Fazem da rotina diária
Um dia a dia de horrores
Que tem em pauta o desrespeito
E da humilhação são professores
 
Já não se bastam estes traumas
Que causam dano emocional
E Existe gente que diz lutar
Por uma causa social
Mas que não perde oportunidade
De atacar policial
 
Foi assim em uma cidade
Lá do interior da Bahia
Onde uma investigadora
Assinou carta de alforria
Denunciando o assédio
Sofrido na delegacia
 
Ela ainda teve chance
De externar seu sofrimento
Destino distinto teve a escrivã
Que só teve o seu lamento
Publicado na mídia
Após o seu sepultamento
 
No combate a estas condutas
Estamos todas bem unidas
E as mulheres policiais
Do MMUP aguerridas
Não se calarão diante
De posturas distorcidas
 
E neste vídeo gravado
Por policiais brasileiras
Declaramos o nosso repúdio
Contra o que sofreram as companheiras
Somos todas Rafaelas e Valdérias
Policiais , mulheres e guerreiras.

Autoria: Débora Pereira
Investigadora de Polícia Civil Da Bahia
Diretora Adjunta da Secretaria da Mulher Identidade de Gênero e Raças

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